Quanto menor o nível de glicose no alimento, melhor para a saúde. Entenda o que significa essa medida e por que ela é a nova arma de combate à obesidade
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por Regina Pereira
Mas,
afinal, o que é esse tal índice? A resposta vem da professora Elizabete
Wenzel, da Universidade de São Paulo (USP): "É uma medida do nível de
glicose que os alimentos, especialmente os carboidratos, liberam no
sangue". Para entender melhor essa história, é bom saber que boa parte
do que você come se transforma em glicose e o papel dessa substância no
funcionamento do corpo é fundamental. A glicose, que está nos doces e
nas massas, é o combustível de todas as células, a fonte da energia que
faz o organismo funcionar a pleno vapor.
A chave para a entrada da glicose nas células é a insulina, hormônio que mantém em equilíbrio a glicemia o nível de açúcar no sangue. E esse é o xis da questão. Os alimentos podem conter baixo ou alto índice glicêmico. No primeiro caso, os níveis de açúcar em circulação se mantêm estáveis. Já no segundo é fácil deduzir há picos da substância na corrente sangüínea.
Mais do que a quantidade de açúcar em uma comida, o índice glicêmico revela a velocidade com que esse nutriente será absorvido. O comportamento de um alimento durante a digestão é o que define o resultado de IG. "A presença de fibras, o cozimento e até mesmo o solo onde o vegetal foi cultivado também ajudam a fixar esse valor", conta a nutricionista Elizabete Wenzel, que, junto com sua equipe na USP, tem se dedicado a medir o IG de frutas, leguminosas e cereais, entre outras opções assíduas no cardápio dos brasileiros. Em um de seus trabalhos, a professora verificou que, quanto menos o feijão é cozido, menor é o seu índice glicêmico. "A cocção exagerada destrói a integridade da parede celular do vegetal", afirma.
Quanto mais quebrada a célula, mais fácil é a absorção e, conseqüentemente, a glicemia sobe com maior velocidade. Quando ocorre uma verdadeira guinada de glicose em circulação, cresce a necessidade de insulina, já que é ela que bota todo esse açúcar para dentro das células. "É um hormônio que tem estreita relação com o ganho de peso", diz a nutricionista Mariana Del Bosco, da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (Abeso). "Se há muitos picos de insulina, aumentam os depósitos de gordura abdominal", afirma a endocrinologista Zuleika Halpern, que tem aplicado o conceito da dieta de baixo IG em seu consultório na capital paulista. Muito mais do que acabar com a boa forma, esse acúmulo na região da cintura pode ser ainda o estopim para uma verdadeira bagunça metabólica. "Elevam-se os níveis de triglicérides e de outras gorduras em circulação", aponta Zuleika.
A chave para a entrada da glicose nas células é a insulina, hormônio que mantém em equilíbrio a glicemia o nível de açúcar no sangue. E esse é o xis da questão. Os alimentos podem conter baixo ou alto índice glicêmico. No primeiro caso, os níveis de açúcar em circulação se mantêm estáveis. Já no segundo é fácil deduzir há picos da substância na corrente sangüínea.
Mais do que a quantidade de açúcar em uma comida, o índice glicêmico revela a velocidade com que esse nutriente será absorvido. O comportamento de um alimento durante a digestão é o que define o resultado de IG. "A presença de fibras, o cozimento e até mesmo o solo onde o vegetal foi cultivado também ajudam a fixar esse valor", conta a nutricionista Elizabete Wenzel, que, junto com sua equipe na USP, tem se dedicado a medir o IG de frutas, leguminosas e cereais, entre outras opções assíduas no cardápio dos brasileiros. Em um de seus trabalhos, a professora verificou que, quanto menos o feijão é cozido, menor é o seu índice glicêmico. "A cocção exagerada destrói a integridade da parede celular do vegetal", afirma.
Quanto mais quebrada a célula, mais fácil é a absorção e, conseqüentemente, a glicemia sobe com maior velocidade. Quando ocorre uma verdadeira guinada de glicose em circulação, cresce a necessidade de insulina, já que é ela que bota todo esse açúcar para dentro das células. "É um hormônio que tem estreita relação com o ganho de peso", diz a nutricionista Mariana Del Bosco, da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (Abeso). "Se há muitos picos de insulina, aumentam os depósitos de gordura abdominal", afirma a endocrinologista Zuleika Halpern, que tem aplicado o conceito da dieta de baixo IG em seu consultório na capital paulista. Muito mais do que acabar com a boa forma, esse acúmulo na região da cintura pode ser ainda o estopim para uma verdadeira bagunça metabólica. "Elevam-se os níveis de triglicérides e de outras gorduras em circulação", aponta Zuleika.
Por outras gorduras entenda-se colesterol. Não faltam trabalhos
indicando que um cardápio lotado de comida de alto IG pode contribuir
para o aumento da sua versão ruim, o LDL. Por outro lado, se o menu está
mais para baixo IG, o peito agradece. A nutricionista Samantha Rhein,
da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), conta que já há
evidências de que o baixo índice glicêmico contribui para o aumento de
HDL, o bom colesterol. Assim, sobram razões para concluir que controlar o
IG é importante para proteger o coração. Um estudo publicado
recentemente no periódico científico Journal of the American Medical
Association (Jama) mostra até mesmo a relação entre baixo IG e queda na
pressão arterial.
E, já que o sobe-e-desce da glicemia obriga o pâncreas, encarregado de despejar a insulina, a viver numa montanha-russa, qualquer falha nesse processo pode dar origem ao diabete. Nesse caso o do tipo 2. "Poupar o pâncreas de trabalho exaustivo é, sem dúvida, um passo para a prevenção dessa doença", resume o nutrólogo e endocrinologista Juliano Alves Pereira, da Associação Brasileira de Nutrologia.
de olho no índice
Mais que 70: Alimentos de IG alto são os que ultrapassam esse valor. Eles não precisam ser varridos do cardápio, mas vale certa parcimônia no consumo
Menor que 55: Abaixo dessa medida, os alimentos são considerados de baixo IG. Incluir ao menos uma porção deles em cada refeição é a dica para aumentar a saciedade
E, já que o sobe-e-desce da glicemia obriga o pâncreas, encarregado de despejar a insulina, a viver numa montanha-russa, qualquer falha nesse processo pode dar origem ao diabete. Nesse caso o do tipo 2. "Poupar o pâncreas de trabalho exaustivo é, sem dúvida, um passo para a prevenção dessa doença", resume o nutrólogo e endocrinologista Juliano Alves Pereira, da Associação Brasileira de Nutrologia.
de olho no índice
Mais que 70: Alimentos de IG alto são os que ultrapassam esse valor. Eles não precisam ser varridos do cardápio, mas vale certa parcimônia no consumo
Batata | 129 |
Pão francês | 100 |
Polenta | 99 |
Purê de batata | 91 |
Arroz polido | 87 |
Arroz integral | 79 |
Biscoito de água e sal | 78 |
Biscoito wafer de baunilha | 77 |
Flocos de milho | 77 |
Waffles | 76 |
Batata frita | 75 |
Menor que 55: Abaixo dessa medida, os alimentos são considerados de baixo IG. Incluir ao menos uma porção deles em cada refeição é a dica para aumentar a saciedade
Soja | 20 | ||
Cereja | 22 | ||
Espaguete integral | 37 | ||
Maçã | 38 | ||
Ameixa | 39 | ||
Feijão-fradinho | 40 | ||
Feijão-carioca | 41 | ||
Aveia | 42 | ||
Lentilha | 42 | ||
Batata-doce | 44 | ||
Grão-de-bico | 45 |
Índice alto Os alimentos desse grupo, como o pão de forma comum e o arroz branco, fazem o açúcar entrar depressa no corpo. Só que ele também sai rapidinho. O pâncreas, então, é obrigado a produzir muita insulina de uma só vez. Em excesso, o hormônio diminui o nível de glicose. Daí a fome aparece antes da hora. |
índice baixo O pão de centeio e o feijão estão nesse grupo. Ricos em fibras, retardam a absorção de açúcar e provocam uma resposta glicêmica gradual. Dessa forma, garantem mais saciedade e ajudam a manter a silhueta. |
Quer baixar o ig de sua dieta? É só adotar alguns truques espertos que ensinamos aqui Prefira alimentos ricos em fibras solúveis. "Além de permanecerem mais tempo no intestino delgado, o que torna a digestão mais demorada, eles dificultam a absorção de carboidratos", diz a professora Elizabete Wenzel. Aveia, feijão e lentilha são suas melhores fontes. |
Segredinho da nutricionista australiana Jennie Brand-Miller: inclua limão ou vinagre no preparo das receitas. "A acidez interfere no esvaziamento do estômago e torna a digestão mais lenta", disse à SAÚDE! Vinte mililitros de vinagre equivalem a 1 colher e meia de sopa e reduzem em até 30% os níveis de glicose. |
Nos intervalos das principais refeições, coma uma fruta junto de uma fonte de proteína, como o iogurte. "A banana, por exemplo, tem índice glicêmico médio, que você contrabalança com o alimento protéico", ensina a nutricionista Mariana Del Bosco, da Abeso. |
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